sexta-feira, outubro 31, 2008

Carta Aberta a Daúto


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Caro Daúto Faquirá:
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Escrevo-lhe estas palavras logo após o desaire sofrido pelo "seu" Vitória de Setúbal.
Fiquei triste pela derrota. Tristeza partilhada com o meu filho.
Nutrimos por si enorme estima, admiração e respeito.
Acompanhei de perto - primeiro enquanto associado (2003-2004), depois como director (2004-2005) - a sua passagem pelo FC Barreirense.
Foi, não tenho qualquer dúvida, um treinador exemplar.
Soube honrar a classe profissional que representa. E dignificar o meu Barreirense.
No livro PROVA DeVIDA dediquei-lhe uma particular atenção, num texto que aqui reproduzo:
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Deixem passar o histórico
Penúltima jornada do Campeonato Nacional de Futebol da II Divisão - Série D. Com quatro pontos de vantagem, o FCB deslocou-se ao Pinhal Novo, procurando assegurar a subida à Divisão de Honra. Grande entusiasmo entre os nossos adeptos, que se deslocaram em número significativo. Tarde de sol e muito vento. Derrota por 3-0. Um piso sintético duro, o vento e o grande empenhamento dos Pinhalnovenses, adiaram a nossa festa, por uma semana. Assim pensei na altura. E bem! Como a generalidade dos Barreirenses presentes…
Seis dias depois, na tarde de sábado de 28 de Maio de 2005, o ‘Manuel de Mello’ viveu o último grande momento de triunfo e exaltação da sua longa e rica história. Mais de 5.000 adeptos rumaram ao nosso estádio e quase lotaram as suas bancadas. Grande ambiente. Confiança ilimitada. Como não se via há muitos anos.
Vitória tranquila, embora tangencial. Com o apito final, a explosão de alegria. Nas bancadas e no relvado, para onde convergiram algumas centenas de foliões. E no balneário Barreirense, onde me dirigi com o Ricardo e com Francisco Cabrita. Vimos muita alegria e algumas lágrimas estampadas naqueles rostos. Não faltaram o champanhe e os banhos da praxe. Cumprimentámos efusivamente Manuel Lopes, Paulo Pardana e Daúto Faquirá, o treinador responsável pelo sucesso.
A festa continuou cá fora, nas principais artérias da cidade. Na Avenida Alfredo da Silva, o trânsito foi parcialmente interrompido, algumas viaturas balançaram sob o efeito de braços mais atrevidos, as bandeiras agitaram-se e os slogan dos nossos adeptos ecoaram vibrantes e triunfais de gargantas já enrouquecidas. Tudo isto presenciei e partilhei com a alegria, a emoção e as lágrimas que nunca consigo conter nestes momentos.
“Deixem passar o histórico…” titulou A Bola no dia seguinte.
E o Jornal do Barreiro de 3 de Junho de 2005, pela mão de Nelson Pereira destacou: “Do sonho à realidade”.
Dois anos depois, a 11 de Abril de 2007, Daúto Faquirá foi o convidado de honra da cerimónia comemorativa do 96º aniversário. No final da sessão, voltei a cumprimentá-lo, na companhia de Francisco Cabrita. Evocámos, naturalmente, aquela tarde inolvidável de Maio de 2005.Creio que os resultados obtidos no FCB, na sequência das suas anteriores experiências enquanto treinador de futebol e confirmado na época passada no primo-divisionário Estrela da Amadora, foram o corolário mais natural do trabalho de um profissional muito competente, sério e culto. Antevejo uma carreira de sucesso para Daúto Faquirá. Que assim seja!
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Infelizmente as coisas não lhe estão a correr de feição.
O chicote espreita. Leviano, cobarde, injusto.
Não me surpreenderam os lenços brancos que lhe acenaram no Estádio do Bonfim. Mas desgostaram-me.
No final da partida, no flash interview, apreciei - uma vez mais - a elevação, a tranquilidade e o desportivismo de sempre.
Esta foi, curiosamente, a semana em que vi a reportagem que a SportTV lhe dedicou.
Quando lhe solicitaram uma expressão telegráfica a propósito de cada um dos clubes por onde já desempenhou funções de direcção técnica, declarou a propósito do Barreirense: "uma paixão".
Sei que foi sincero. E genuíno. Porque é esse o seu sentimento.
Como lhe posso neste momento retribuir o muito que fez pelo meu clube? Não sei.
Mas sei que é merecedor de toda a sorte deste mundo. Para prosseguir uma carreira de mérito. Porque o resto não lhe falta: a competência, a dedicação, a integridade.
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Aceite um abraço sincero e votos de felicidades,
Paulo Calhau

[DESPORTO À PORTUGUESA, www.rostos.pt]

Em festa?

"Barreirense em festa - 1ª vitória no Campeonato"
Belo título de primeira página!
Provocação?
Incompetência?
Não há pachorra... Pim!

Muito pouco radioso


As vendas têm estado aquém das expectativas que criou. Expectativas altas. De grande afirmação. De grande sucesso. Não foi assim.
Quis destronar o Expresso. Ou mesmo mais que isso. Não conseguiu.
José António Saraiva acreditou ser (quase) o único responsável pelo triunfo comercial do semanário de Francisco Pinto Balsemão. Enganou-se.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Fico preocupado

Golpearam a 1ª República.
Mas derrubaram o Estado Novo e o Marcelismo.
Ameaçam agora - alguns "senhores da guerra".

Escusadamente.
Lamentavelmente.
Perigosamente.
Porquê?
Para quê?

Pois canté!


FMI - Partes I e II

(Escrito em 1979; divulgado em 1982)

Pois é!
À noitinha haverá mais José Mário Branco. Em Lisboa.
O mesmo de sempre. Anteciparão alguns. Não penso assim.
O homem de Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (1971) não é - não pode ser - o mesmo de FMI (1982), de Resistir é vencer (2004), ou de mais logo.
Já o escrevi, noutro tempo e noutro local. José Mário Branco desperta-me sensações muito especiais sempre que o oiço - ao vivo ou em disco. É um prazer sublime.
Considero-o genial. Genial, sim.
Admito que exagero. Mas deixem-me exprimir, neste espaço - que é meu, mas também nosso - o que sinto. De há muito.
O José Mário Branco que escreveu na Voz do Povo e no 25 de Abril do Povo, que li e ouvi em entrevistas esparsas mas inesquecíveis, é um ser diferente.
José Mário Branco é inteligentíssimo.
José Mário Branco é cultíssimo.
José Mário Branco é irreverentíssimo.
Um homem de outro tempo, que não este. De outro planeta, que não o nosso.
Talvez por isso tão rebelde. Tão contra-corrente. Tão marginal. Tão solit(d)ário.
O meu percurso apenas acidentalmente lhe foi tangencial. Não nos liga qualquer similitude ou convergência ideológica ou doutrinária.
Mas não posso negar. José Mário Branco não me é indiferente. Muito pelo contrário.
Não fico nada zangado por ele ser como é. Aliás, quero que continue a ser como é. JOSÉ MÁRIO BRANCO.

Memória Barreirense (XV)



E o Basket não acabou!

Agora, que decorreu algum tempo desde o final da minha passagem pelos Órgãos Sociais do FCB, é já possível, com algum distanciamento, que a História sempre exige, fazer um balanço do trabalho realizado pelas equipas que integrei.
No Basquetebol, onde desenvolvi a parte mais substantiva da minha actividade, os objectivos fundamentais foram alcançados: manutenção do clube na Liga Profissional e salvaguarda dos activos mais importantes, com destaque para João Betinho Gomes – cuja transferência para Espanha em 2007 representou um encaixe financeiro excepcional para a realidade do basquetebol português. Os resultados desportivos da equipa sénior ficaram aquém da nossa ambição, certamente maior que a estrutura financeira disponível. Na época de 2004/2005, obtivemos o 9º lugar (12 equipas) e ficámos afastados do playoff, insucesso que veio também a ocorrer na época seguinte (10º lugar entre 12 equipas). A participação nos chamados pontos altos restringiu-se à presença na Final a 8 da Taça de Portugal 2004/2005. Mas, em contrapartida, o sucesso das equipas jovens foi retumbante. Estivemos presentes nas 8 Final Four nacionais dos 4 escalões (sub-20, sub-18, sub-16 e sub-14) e conquistámos 5 (!). A Secção de Basquetebol, pese embora as dificuldades económico-financeiras que enfrentou, não se poupou a esforços para honrar os compromissos assumidos e, nos dois anos, teve um cumprimento das previsões orçamentais que considero muito aceitável. Foi uma Secção participada e dinâmica, que realizou eventos complementares de grande qualidade e significado (Galas, Espectáculos de Fado e Jazz, Torneios, Clinics), produziu um Site oficial e editou uma revista. Foi uma Secção democrática e plural, mas tolhida, em demasia, por conflitos e contradições, que se foram tornando perniciosos e insanáveis.
No Futebol, que acompanhei com a proximidade possível, mas sem qualquer função executiva, o destaque positivo foi a subida à Liga de Honra em 2004/2005. Todavia, o investimento efectuado na época seguinte revelou-se desastroso e o FCB desceu à II Divisão, com um passivo assustadoramente acrescido. Ainda que com deploráveis estruturas, o futebol juvenil esteve presente nos Campeonatos Nacionais de Iniciados, Juvenis e Juniores.
O Xadrez e o Kickboxing prosseguiram actividades muito profícuas. A Ginástica e a Natação continuaram um exercício digno, mas debatendo-se, sobretudo a última, com crónicas dificuldades estruturais.
A venda do ‘Manuel de Mello’ e de uma parcela da Verderena foi inevitável para que o FCB pudesse saldar dívidas inadiáveis ao Fisco, à Segurança Social e a outros credores. Num contexto económico da região e do país particularmente desfavorável para as nossas pretensões, foi possível efectuar uma transacção em condições financeiras interessantes. Mas não se acautelou previamente a aquisição de espaços alternativos, financeiramente viáveis e sustentáveis. Bem sei que a área do Concelho do Barreiro é exígua, os terrenos disponíveis, públicos e privados, relativamente limitados e, no último caso, facilmente inflacionados. Pelo que a actual situação é preocupante, mas não irremediável.
A comemoração do Cinquentenário do Ginásio-Sede foi digna e meritória, embora não se tivessem estimulado e aprofundado fórmulas mais empenhadas e criativas de dinamização e atracção do universo Barreirense.
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Cumprir a palavra…

Penso ter ficado claro para os meus companheiros de Direcção, nas reuniões quinzenais, em conversas particulares e pela minha praxis que, embora tenha integrado os Órgãos Sociais do FCB como Vogal em representação da Secção de Basquetebol, sou, acima de tudo, um Barreirense. Amante de todas as modalidades, e muito em particular do futebol e do basquetebol.
E foi, preocupado com a sua globalidade e com a complexidade dos problemas presentes que, concluído o mandato directivo, continuei a escrever em Rostos e no Jornal do Barreiro. Onde abordei questões como a necessidade de alterações estatutárias (“Por uma revisão dos Estatutos do FCB”, Jornal do Barreiro de 15 de Setembro de 2006), as possíveis consequências da nova Lei de Bases do Desporto (“Nova Lei de Bases do Desporto: será o FC Barreirense penalizado?”, Jornal do Barreiro de 10 de Novembro de 2006) e a urgência de reflectir e repensar o FCB (“Barreirense: que futuro?”, série de dez textos publicados no Jornal do Barreiro, entre 1 de Dezembro de 2006 e 2 de Fevereiro de 2007, e cujo conteúdo se reproduz, com alterações pontuais, no último capítulo deste livro).
Preocupado e triste, mas acreditando até ao limite das possibilidades matemáticas na fuga à despromoção da equipa sénior de futebol, apelei (
Rostos, 10 de Março de 2007) à comparência de muitos adeptos, num jogo de enorme importância, que se disputaria um dia depois:

Amanhã, só a vitória!
A equipa de futebol do Barreirense desloca-se amanhã ao Pinhal Novo, para disputar no pequeno e velho ‘Santos Jorge’, uma partida de invulgar transcendência. Está em causa a permanência do Barreirense no terceiro escalão do futebol nacional, algo que poucos se atreveriam a vaticinar, no início da presente época desportiva.
Há cerca de dois anos foram muitos os que, numa bonita e soalheira tarde primaveril, se deslocaram àquela vila, na perspectiva da concretização da subida à Liga de Honra, mas que uma copiosa derrota adiou para o domingo seguinte. O momento era outro. De maior confiança e, também, de maior ilusão. Confiança na aproximação a um patamar competitivo mais consentâneo com o histórico do clube. Ilusão de que tínhamos, pelas boas graças de um Presidente e de uma Direcção, abnegada mas limitada, condições estruturais e financeiras para cumprir esse desiderato.
Hoje, sem que alterações de fundo, urgentes e inadiáveis, tenham sido encetadas no Barreirense, o mais emblemático clube da cidade debate-se com uma crise… imensa. Crise de resultados. Crise de identidade. Crise de projecto. Confesso que, no presente, a minha maior preocupação se centra nos dois últimos aspectos supracitados. Como, de forma simples e construtiva, séria e empenhada, pretendi reflectir num conjunto de dez artigos publicados recentemente no Jornal do Barreiro.
Apesar das divergências que me separam do modelo de concepção e gestão do Barreirense, tenho a noção de que uma eventual descida ao quarto escalão nacional, comportará mais prejuízos que virtudes.
Ao contrário de outros, felizmente poucos e insignificantes, não sou partidário do ‘quanto pior melhor’ e não adiro a práticas de ‘terra queimada’. Para esse peditório, não dou!
Não sou dos que apenas estão presentes nos momentos de vitória. Não sou dos que fogem às responsabilidades que as dificuldades e os desafios do presente (e do futuro) suscitam. Por isso…
Amanhã eu vou lá estar!
Com o meu cachecol, a minha voz e o meu coração.
Venha daí também!


Infelizmente, fomos muitos poucos (escassos duas dezenas de adeptos) os que nos deslocámos a um jogo quase decisivo, em que a nossa equipa, tristonha e receosa, comprometeu a sua permanência no terceiro escalão do futebol nacional.
Ainda assim, poucos dias depois, a propósito de uma boa jornada basquetebolística, insisti em palavras de encorajamento e esperança, dirigidas à equipa de futebol em vésperas de deslocação ao Algarve (
Rostos 29 de Março de 2007):

Porque gosto de ti, Barreirense…
Noite fria e ventosa de quarta-feira, com futebol televisionado da nossa Selecção, alguma descrença pelo não apuramento para os playoff e resignação pela derrota nas meias-finais da Taça de Portugal, terão condicionado a mais baixa assistência da época no ‘Luís de Carvalho’, referente a um jogo da Liga UZO de Basquetebol. E foi pena!
Porque, num assomo de grande dignidade e numa demonstração inequívoca de talento, pudemos assistir esta noite, escassos oitenta indefectíveis, a uma exibição muito bem concebida e conseguida da jovem equipa do FC Barreirense, perante uma equipa do CAB Madeira, surpreendida e atordoada pelo ritmo, imaginação e alegria do adversário.
Quase no final de mais uma participação na Liga Profissional, sofrível e sofrida, em que 50% das derrotas foram-no por diferença pontual menor ou igual a seis pontos, o FC Barreirense foi esplendoroso na vontade, soberbo na descontracção, desconcertante, criativo e mágico em recorrentes momentos da partida.
Próximo de mim, Manuel Lopes, exultava com as assistências de António Pires e de Ricardo Gomes, com os triplos de Cody Toppert e de João Betinho Gomes, e com os afundanços plenos de vigor e beleza da nossa ‘jóia’ luso-caboverdiana. E deve ter pensado e desejado que, domingo próximo, em Messines, a equipa de futebol tenha em Carioca, Nuno Curto e nos demais, o saber, a inspiração e a excelência esta noite patenteados pela nossa equipa de basquetebol.
Força Barreirense!!!

[Excerto do Capítulo II - Servir
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)

Ah Barreiro, Barreiro


Devemos amar o Barreiro.
Podemos amá-lo de muitas formas.
Não precisamos sequer ter nascido nas suas entranhas.
Para o amar.
Mas eu nasci aqui.
E amo-o muito.
Quero muito o Barreiro.
Como tantos Barreirenses.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Partilha e sedução



Os amigos também servem para isto. Para partilharem connosco os sons de que gostam. Para nos seduzirem com os sons que não conhecemos.
Tem-me acontecido assim, de quando em vez, com o João Colaço. Cruzamo-nos nos corredores amplos e luminosos do nosso hospital e perguntamo-nos: “então que tens de novo?”.
Foi dessa forma que cheguei a Brad Mehldau. Há meia dúzia de anos. Primeiro com o extraordinário Songs. Depois com a restante discografia - que descobri e adquiri na totalidade - deste brilhante pianista norte-americano, quase sempre acompanhado por Jorge Roissy (bateria) e Larry Grenadier (contrabaixo).
Não esqueço a noite de 24 de Janeiro de 2007. Grande auditório do Centro Cultural de Belém lotado. O génio de Mehldau. Explorando os temas que criou. Ou revisitando Caetano Veloso, Beatles, Simon & Garfunkel, Massive Attack. E Radiohead - num cover de que vos proponho a audição de Exit Music (for a film).

terça-feira, outubro 28, 2008

Memória Barreirense (XIV)



Intolerância?

A temporada de 2005/2006 foi menos pacífica que a anterior, no que se refere ao relacionamento entre os diversos componentes dos órgãos de gestão da Secção de Basquetebol.
A decisão, maioritária entre os seus doze membros, de não renovar contrato com o treinador José Luís Damas, foi o rastilho que alguns, poucos mas destabilizadores e irresponsáveis, quiseram acender. Com toda a verdade, clareza e frontalidade é preciso repetir: o processo interno de discussão e votação que conduziu à escolha do seu sucessor, Mário Gomes, foi amplamente participado, livre e democrático. E mais: foi sustentado na definição prévia de um perfil, suportado numa profunda avaliação curricular e ajustado às disponibilidades financeiras da Secção. Os vencidos nunca aceitaram a decisão da maioria. Conspiraram de forma mais ou menos velada. Deterioraram relacionamentos. Causaram danos e perdas. Enormes!
Quando em 9 de Novembro de 2005 publiquei em
www.fcbarreirense.pt o texto que a seguir se reproduz, fi-lo em defesa da Secção de Basquetebol e de Mário Gomes, escolhido para exercer o difícil mas honroso cargo de treinador da equipa sénior e coordenador da formação. Admito que possa ter sido considerado intolerante na minha postura, mas passados cerca de dois anos, não me arrependo do que então escrevi.

O direito à opinião e à crítica ou o secreto prazer de destruir

[“Até agora ainda não vi valor acrescentado pelo treinador do Barreirense”.
JB, Fórum LCB, 01 de Novembro de 2005]

Há oito dias atrás, o provável adepto Barreirense que escolheu o sugestivo nickname JB registou-se expressamente no Fórum LCB para, de uma forma seca e cínica, supostamente mordaz e mortífera, colocar em causa o treinador da equipa sénior e coordenador técnico do Barreirense Basket, Prof. Mário Gomes.
Embalado certamente pelas três derrotas que, para nosso desencanto, sofrêramos em outras tantas jornadas da edição 2005/2006, JB contava provavelmente que novo desaire surgiria na deslocação à ‘Luz’ e, com isso, nasceria qualquer hipotética onda de descontentamento para com a equipa técnica e, obviamente para a Direcção da Secção de Basquetebol do FC Barreirense. Curiosamente, com alguma surpresa (ou talvez não), quatro penosos dias terão passado para JB, que não viu qualquer resposta à sua mensagem ser endereçada ao Fórum. Ficou desiludido? Ficou desencantado? Só o próprio poderá responder.
Que leitura fazer deste isolamento a que os muitos adeptos do Barreirense Basket, que navegam e participam diariamente no Fórum lcb.pt, circunscreveram JB?
- Que há unanimismo em redor do Prof. Mário Gomes e das opções, ponderadas e criteriosas, da Secção de Basquetebol do FC Barreirense? Nem pensar!
- Que cresce a todo o momento o número dos que, nossos consócios, têm consciência das enormes dificuldades que representou, representa e representará a sustentabilidade, o fortalecimento e o crescimento deste Projecto? Porventura sim!
JB quis, provavelmente, incendiar as nossas trincheiras e desestabilizar as nossas hostes. Parece que estava, e está, particularmente isolado nos seus propósitos.
As escolhas e as opções da Secção de Basquetebol do FC Barreirense são, como é óbvio (e serão sempre), discutíveis e criticáveis.
Mas… importa ter memória, não omitir o passado, acreditar no presente, para construir o futuro. Com todos! Repito: com a colaboração de todos! Mas com lealdade, transparência, despojamento e competência. (…)
Toda a Esperança é legítima. Força Barreirense!


A carta

Desde há mais de dois meses que o vinha anunciando. E em meados de Abril de 2006, desiludido com muito do que se estava a passar na Secção de Basquetebol, cansado de guerrilhas estéreis e perigosas, incapaz de reencontrar o prazer de estar ali, resolvi reafirmar, por uma última vez, que partiria no final do mandato.
Assumo a minha quota-parte de responsabilidade nesse fluir de degradação do ambiente interno da Secção. Mas sei, como outros sabem, que não fui o principal responsável.
Foi um texto duro, mas reflectido. Emotivo, mas consciente. Escrevi então aos meus companheiros, em 12 de Abril de 2006:

Carta aos membros da JSN

Sopram ventos adversos
Junto à praia que se quis
E há sentimentos dispersos
No mar do que se não diz
(Manuela de Freitas)

A necessidade, mas também o prazer, de acompanhar o Miguel Graça [basquetebolista sénior, premiado com o Prémio Revelação, época de 2004/2005] a Oliveira de Azeméis, na passada segunda-feira, provocou-me ajustamentos na vida profissional que, muito provavelmente, condicionarão ou inviabilizarão a minha presença na reunião de dia 17.
Como venho afirmando (julgo que em Janeiro, pela primeira vez) decidi, já há algum tempo, não continuar na Direcção do FCB no mandato que resultará de eleições a efectuar, assim o espero, em Maio próximo. Posteriormente, uma reflexão mais profunda, uma avaliação mais ponderada da minha vida pessoal e profissional, determinaram uma evolução do meu pensamento, expresso em Fevereiro perante todos vós, onde afirmei a minha indisponibilidade, inalienável, total e irrevogável, para participar em qualquer actividade da próxima Secção de Basquetebol do FCB.
O tempo decorrido deste então, nada alterou e, pelo contrário, acentuou a minha decisão que, os que me conhecem de alguma forma ou têm a necessária intuição, saberão reconhecer não ter sido tomada de ânimo leve, ao sabor do vento, qualquer momento de exaltação, ou noite mal dormida. Entretanto, é minha convicção de que passaram as semanas suficientes para que se tenham pensado, arquitectado, esboçado ou mesmo concretizado (desconheço a realidade, neste particular), as perspectivas de continuidade, reforma ou ruptura do trabalho desenvolvido nestes dois anos.
Entendo que tenho toda a legitimidade para abandonar a Secção. Creio ainda que, complementarmente, nenhuma responsabilidade me pode ou deve ser atribuída no que se refere à busca de soluções directivas que urge definir. Não sou parte da solução deste (eventual) problema. Não estou interessado em participar na escolha dos protagonistas que me(nos) sucederão.
Tenho (pres)sentido que a minha decisão que, repito, é legítima e ponderada (mas também dolorosa) não tem sido levada suficientemente a sério por alguns dos membros da Secção (ainda a noite passada o constatei) e por pessoas presentemente nela não integradas organicamente. Repito, por uma última vez: não participarei em qualquer actividade da futura Secção de Basquetebol do FCB.
Estou plenamente consciente das consequências (e das causas) da minha tomada de posição, mas ao mesmo tempo, preparado para as assumir, com coragem e lucidez, incólume a todas e quaisquer incompreensões, insinuações, etc. Aludi, nas linhas iniciais desta minha breve reflexão, a questões pessoais e profissionais que, nos próximos anos, inviabilizarão de per si a minha actividade na Secção. Mas a radicalização da minha posição, que se transformou de uma vontade inicial de recuo do meu nível de atribuições, competências e responsabilidades, para uma irreversível decisão de abandono, tem fundamentos e raízes mais profundas e decisivas.
Como dizem os Psicoterapeutas, o que vale é o sentimento…
Por isso…
Não aguentarei mais algumas vozes inconsequentes que me rodeiam. Não tolerarei mais as faltas de respeito, os bloqueios, as invejas que me incomodam. E mais ainda…
Não estarei ao lado de quaisquer oportunistas ou carreiristas. Não suportarei as fraquezas dos Hércules [nickname de ‘forista’ participante no Fórum LCB], nem as misérias dos Barrax [nickname de ‘forista’ participante no Fórum LCB].
Paulo Calhau


Adeus

Em 9 de Maio de 2006 participei na última reunião de Direcção do mandato 2004-2006. Compareceu, como foi aliás regra nesses dois anos, a quase totalidade do elenco dirigente. Albino Macedo, Presidente do Conselho Consultivo e de Contas, que nos acompanhou com alguma frequência, esteve mais uma vez presente, apesar da delicadeza e instabilidade da sua situação clínica.
Como habitualmente, todos efectuaram exposições relativas a assuntos gerais do clube ou a aspectos concretos da sua actividade directiva. Manuel Lopes apresentou um balanço dos esforços desenvolvidos para dotar o FCB das estruturas indispensáveis à continuação da sua actividade desportiva. Ao contrário do que admitira inicialmente, a venda dos terrenos do ‘Manuel de Mello’, fundamental para a sobrevivência e reorganização do FCB, não foi acompanhada de um desenlace burocrático-administrativo célere e eficaz, susceptível de permitir a concretização rápida e consequente das estruturas que a nossa Direcção projectara.
A etapa final da reunião foi um tempo de balanço e de despedida. Ao reafirmar a minha indisponibilidade, por razões pessoais e profissionais, para integrar a próxima lista eleitoral, quis deixar claro que a minha passagem pela Direcção do FCB foi um experiência inolvidável e que procurei servi-lo com toda a dedicação e competência. Acrescentei que tinha pena de não poder comemorar o meu 50º ano de filiação na dupla qualidade de associado e de dirigente, mas reafirmei dois propósitos: continuar a pensar, a acompanhar e a servir o FCB, e regressar… um dia. A emoção não foi pequena. Não esqueço as palavras amigas e fraternas de alguns companheiros. Mas teve que ser assim…

[Excerto do Capítulo II - Servir
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)

Já falta muito pouco



De forma muito consistente e fundamentada, Pedro Magalhães explicitou ontem no Público, no excelente artigo “Uma tempestade perfeita”, porque considera a vitória de Obama cada vez mais provável.
Mudanças sociais, ideológicas e organizacionais – do povo americano e também do Partido Democrático – suportam a sua previsão.
Mas Pedro Magalhães não deixou de ser prudente na análise e escreveu: “[Obama] Ainda pode perder? Pode. Mas, se assim for, teremos de aceitar humildemente que tudo aquilo que julgamos saber sobre o comportamento dos eleitores e aquilo que o determina terá de ser revisto”.
Nota máxima para o cronista.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Lo dicen así

Primeira vitória oficial do meu Barreirense na época 2008/9.
Não são os espanhóis que dizem não apreciar bons começos?
Às vezes até dá jeito pensar como eles...

Vitória?

Interessantíssimo artigo de
Teresa de Sousa na edição de hoje do Público.
É a discussão teórica do presente. Onde se pensa em George Soros, Alan Greespan, Milton Friedman.
Pergunta ela, para logo depois responder:
- Marx está de regresso?
- Não, apenas Keynes.

Como vai ser?

O dia aproxima-se... vertiginosamente.
O ritmo de evolução dos acessos... vagarosamente.
Prometem-nos que tudo vai correr bem.
A 4 de Novembro veremos...
Oxalá tenham razão.

domingo, outubro 26, 2008

Desporto e Deficiência



O 3º Encontro de Crianças com Spina Bífida, organizado pelo Núcleo de Spina Bífida do Hospital Garcia de Orta - Almada, e ontem realizado no Seixal, excedeu as minhas expectativas.
Sabemos que nem sempre é fácil mobilizar as crianças e os pais para estas realizações. Sobretudo para as que residem mais longe (Alentejo e Algarve).
Mas as presenças foram assinaláveis e, sobretudo, muito alegres e participativas.
Pela manhã, no Pavilhão Desportivo Escolar Manuel Cargaleiro - Fogueteiro, decorreram manifestações de Boccia, Jogos Lúdicos, Basquetebol e Râguebi em cadeira de rodas.
Participaram as nossas crianças e jovens afectadas por spina bífida, mas também crianças, adolescentes e adultos do Núcleo de Almada-Seixal da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, e o Benfica Râguebi (com João Queimado).
Vivemos momentos de enorme alegria, partilha e aprendizagem.
Seguiu-se o almoço, na Associação de Reformados da Arrentela, com uma soberba vista para o rio, e onde fomos excelentemente recebidos.
Os mais limitados deslocaram-se numa viatura adaptada que os transportou depois ao Pavilhão Municipal da Torre da Marinha onde, ao longo da tarde, decorreu um debate subordinado ao tema “Desporto e Deficiência”.

Tive um prazer imenso na moderação dos trabalhos, que decorreram com grande interesse e participação.
O Eng. Joaquim Santos − Vereador do Desporto da Câmara Municipal do Seixal − divulgou a política local de apoio ao Desporto para Deficientes, que está integrada no pelouro do Desporto e, não, como ocorre noutras autarquias, no pelouro da Acção Social.
A Dra. Rosa Esquina − Pedopsiquiatra no Hospital Garcia de Orta − abordou o tema “Desporto e Saúde Mental” com especial incidência nos benefícios da prática desportiva no incremento da auto-estima e na sociabilização das crianças e jovens portadores de deficiência física e mental.
O Alexandre Aranda e o Luís Veloza − afectados de spina bífida e utentes da nossa Consulta Multi e Interdisplinar − apresentaram as suas experiências enquanto praticantes desportivos, respectivamente de Vela e Basquetebol em cadeira de rodas.
O Prof. José Pavoeiro − membro da direcção da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes − abordou a sua recente presença em Pequim nos Jogos Paralímpicos e analisou a realidade nacional, nomeadamente do desporto de alta competição praticado por deficientes motores e intelectuais.
A participação dos jovens, de familiares, dos técnicos de saúde que integram o Núcleo de Spina Bífida do Hospital Garcia de Orta e ainda de representantes do Grupo Desportivo e Recreativo a Joanita - Linda-a-Velha, primeiro clube que em Portugal − há mais de vinte anos − se dedicou à prática de desporto por deficientes.
Foi tempo e o modo para a demonstração da enorme vitalidade e empenhamento dos deficientes, para a coragem e a perseverança dos seu pais, para o aprofundamento do conhecimento da realidade local, nacional e estrangeira, para a inevitável catarse e expressão de desalentos e inquietações que se misturam e enxertam em manifestações de convicção e determinação.

A colaboração da Câmara Municipal do Seixal foi inestimável.
Desde o primeiro contacto e pedido de colaboração com a autarquia − estabelecido no final de Abril − encontrámos toda a compreensão, disponibilidade e competência.
Realço o papel desempenhado pela Dra. Raquel Salgueiro − técnica superior, jovem, licenciada em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa. Foi inexcedível de simpatia e de competência. Obrigado!

Muito se fez, no Portugal Democrático, no apoio à criança com deficiência física e motora.
Mas há ainda um longo caminho a percorrer.
Como escreveu o meu mestre Prof. Torrado da Silva,
“que o Séc. XXI seja o século da criança mais feliz…”.

[DESPORTO À PORTUGUESA, www.rostos.pt]

Portas abertas



As portas foram-me abertas - mais uma vez - pelo eterno
"Em Órbita" da Rádio Comercial.
Mas foi verdadeiramente o "Bugs" que me ensinou a gostar de Jim Morrison e The Doors.
Riders on the storm encerra o fabuloso e imortal L.A. Woman (1971).
Um abraço para ti, bom Amigo.

Memória Barreirense (XIII)



Em uníssono

Apesar de uma participação meritória da equipa sénior na temporada 2004/2005, a Secção de Basquetebol estava atenta à necessidade de captar mais público, com um duplo objectivo:
- aumentar a receita dos jogos disputados no Pavilhão Luís de Carvalho
- incrementar o incentivo aos nossos atletas, factor catalisador de mais e mais vitórias.
O apoio da nossa equipa por uma claque, organizada e disciplinada, era uma necessidade sentida por muitos de nós. Na qualidade de Director para a área da comunicação, enviei em 1 de Novembro de 2005, a seguinte carta à Brigada Relote:

Exmos. Senhores:
A Secção de Basquetebol do FCB, decorrente das eleições de 21 de Julho de 2004, tem procurado cumprir com ambição, rigor e competência, um projecto para o basquetebol que enobreça o nosso querido clube e a Cidade do Barreiro. Na área da comunicação e dos eventos, cuja coordenação está a meu cargo, alguns passos positivos têm sido concretizados, mas muito caminho há ainda a percorrer.
A afluência de público ao Pavilhão Luís de Carvalho nos dois jogos até agora disputados para a Liga TMN, edição 2005/2006, tem sido significativamente interessante. Mas, ao contrário de outros momentos da nossa história, tem faltado o calor, a vibração, a exaltação clubista que apenas um movimento de adeptos (organizado e disciplinado) pode desencadear e implementar. Nesse sentido, gostaríamos de poder abordar convosco a possibilidade de articularmos este nosso desejo com a vossa disponibilidade, solicitando desde já a realização de uma reunião em data e local a combinar oportunamente.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Calhau
(Director da Secção de Basquetebol do FC Barreirense)


Os nossos propósitos não tiveram eco consequente. Aparentemente disponível numa primeira resposta telefónica, o seu líder Rui Barrenho veio depois anunciar algumas dificuldades internas e reservou para mais tarde uma resposta definitiva à nossa solicitação, atenção que não veio a ter para connosco.
Na carta atrás reproduzida, destaquei a importância de uma claque no apoio “organizado e disciplinado” à nossa equipa. Esta questão da disciplina e fair play nos espectáculos desportivos, ponto de honra para a Secção de Basquetebol, era uma condição indispensável para qualquer relacionamento formal com os membros da Brigada Relote.
Os tristes e lamentáveis acontecimentos verificados em Maio último no Palácio de Desportos e Congressos de Matosinhos, no sexto e penúltimo jogo da final do playoff de apuramento do campeão da Liga UZO 2006/2007, vieram mais uma vez demonstrar a necessidade de se repensar o enquadramento legal e operativo das claques nos recintos desportivos portugueses. Este é, ainda hoje, um dos problemas candentes do Desporto em Portugal, que urge discutir e resolver. Governos, Federações, Associações e Clubes não têm revelado atenção, preocupação e coerência suficientes. Mas que, por acção de Laurentino Dias, actual Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, parece estar felizmente a mudar. Ainda que tardiamente…
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Galas do nosso contentamento

Encabecei a organização das Galas de Apresentação do Barreirense Basket – épocas de 2004/2005 e 2005/2006. Foram momentos muito especiais do meu percurso enquanto Director da Secção de Basquetebol. Porventura, os que me deixaram uma lembrança mais agradável desses dois anos. E que ainda hoje recordo com particular emoção.
As dificuldades logísticas inerentes à ambição dos eventos e às limitações do Ginásio-Sede para este tipo de realizações foram ultrapassadas com contributos valiosíssimos. Da Câmara Municipal do Barreiro, do Grupo de Teatro Arte Viva, de muitos Amigos que com grande empenhamento dedicaram horas e horas ao sucesso da sua concretização.
Sabe bem lembrar:
- o Ginásio-Sede apinhado de gente, transbordante de alegria, pletórico de luz e de som
- os momentos de peculiar frenesim dos nossos minibasquetebolistas, chamados nominalmente, tal como os mais velhos, ao recinto do Ginásio-Sede, emparelhando e convivendo com os ‘craques’
- o extraordinário ambiente de confraternização entre atletas, familiares, técnicos, seccionistas e dirigentes, treinadores, membros do corpo clínico, entidades políticas, empresariais e desportivas de âmbito local e nacional
- a apoteose na entrega das faixas aos campeões nacionais
- o reconhecimento dos atletas internacionais
- a homenagem a Francisco Barrenho (2004)
- a evocação de Edson Silva (2005)
- o regresso de Pop Corn e do Ri-có-có
As noites de 15 de Setembro de 2004 e de 1 de Outubro de 2005 foram belas, envolventes e mágicas, como escrevi na edição de Março de 2006 (Ano II, Nº 1) da Barreirense Basket:

Uma Noite Mágica
Barreiro, 1 de Outubro de 2005, 21 horas.
O Ginásio-Sede fervilha de alegria e boa disposição. A poucos instantes do início da Gala de Apresentação da Época 2005/2006, os nossos jovens atletas aguardam ansiosa e freneticamente pelo momento mágico da sua chamada individual e consequente entrada naquele mítico espaço desportivo. Os seus familiares e amigos ocupam os poucos lugares ainda disponíveis, num espaço construído há cinquenta anos (sabe bem recordá-lo... sempre!) pelo esforço desinteressado e anónimo de tantos homens e mulheres Barreirenses. Individualidades desportivas, empresariais, associativas e políticas, honram-nos com a sua presença, testemunho da importância que o Desporto, o Basquetebol e o Futebol Clube Barreirense desempenham na vida da Cidade e do Concelho do Barreiro.
É a noite da afirmação e reconhecimento da nossa pujança e vigor.
Os nossos jovens atletas, todo o staff dirigente, técnico, clínico, etc., são chamados nominalmente e com suporte de imagem. Vivem-se momentos de invulgar alegria, cor e fervor Barreirense. Os 8 atletas internacionais (António Pires, David Gomes, Edgar Mouco, João Betinho Gomes, João Santos, José Silva, Miguel Graça e Pedro Pereira) vêm a sua participação nas Selecções destacada e reconhecida de forma vibrante por todos os presentes. Os troféus regionais e nacionais obtidos na época anterior são entregues aos respectivos capitães por diversas individualidades, sob o aplauso emotivo e unânime da assistência. Os campeões nacionais das equipas de Cadetes e Juniores B e os vice-campeões nacionais de Juniores A são presenteados com faixas de invulgar bom gosto. Os parceiros e patrocinadores do Barreirense Basket, fundamentais para a sustentabilidade financeira da modalidade, são agraciados com uma placa evocativa. A equipa sénior, participante na 11ª edição da Liga Profissional é apresentada e desafiada a, mais uma vez, honrar e dignificar o imenso património histórico do FC Barreirense.
A tristeza percorre todos os presentes e as lágrimas são visíveis em muitos rostos quando, ao som de Pink Floyd (“wish you where here”), é feita a evocação da figura do Edson Silva.
A alegria regressa a uma só voz, quando todos os presentes cantam “uma esperança que não finda...” encerrando uma noite mágica do Barreirense Basket.
Até para o ano.
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Sons

As Galas de 2004 e 2005 não tiveram qualquer objectivo ou retorno financeiro. Mas a organização da 1ª Noite de Fados Barreirense (2 de Julho de 2005, Parque da Cidade) e da 2ª Noite de Fados Barreirense (8 de Abril de 2006, Ginásio-Sede) procurou a angariação de receitas para a Secção de Basquetebol.
Apesar dos apoios da Câmara Municipal do Barreiro e do patrocínio, em 2006, da Prolar Electrodomésticos, da participação em condições especiais dos fadistas Zé Manuel Barreto e José Guerreiro (2005 e 2006), Henriqueta Batista (2005) e Maria do Céu Correia (2005), o balanço financeiro das duas organizações saldou-se por um proveito muito diminuto. A presença em cada um dos espectáculos de cerca de cem espectadores, não foi suficiente para suplantar de forma minimamente consequente os grandes encargos organizativos (aluguer de som, remunerações a músicos, serviço de catering).
Foram duas noites magníficas. Apesar de me ter empenhado de forma muito intensa na organização de ambas, não pude estar presente na primeira, que foi efectivada com o valioso contributo de Maria do Rosário Pina, companheira de Direcção.

No segundo ano de mandato directivo fui também responsável pela organização da Noite de Jazz Barreirense que decorreu a 6 de Maio de 2006 no Auditório Municipal Augusto Cabrita.
A participação graciosa do Quarteto de Alunos da Escola de Jazz do Barreiro, a disponibilidade do meu amigo Jorge Moniz, seu actual director pedagógico, e o patrocínio de Prolar Electrodomésticos, foram fundamentais para o sucesso financeiro do evento.
Os músicos Filipe Sequeira (bateria), Francisco Andrade (sax tenor), José Canha (contrabaixo) e Valter Rolo (piano) – que poucos dias antes haviam recebido o Prémio Reconhecimento na 4ª Festa do Jazz, realizada no Teatro de S. Luís em Lisboa – receberam o aplauso caloroso das 140 pessoas que presenciaram o espectáculo.
O apoio da Câmara Municipal fora, mais uma vez inexcedível, de vontade e competência. E desde a primeira hora.

Cara Regina Janeiro [Vereadora com os pelouros do Desporto e Cultura]:
Na sequência do contacto prévio que estabelecemos, venho desta forma agradecer à Câmara Municipal do Barreiro (CMB) a disponibilização do Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC) para a realização da 1ª Noite de Jazz Barreirense, organização da Secção de Basquetebol do FC Barreirense.
O espectáculo terá lugar pelas 22 horas do dia 06 de Maio de 2006.
Pretendemos, com a ajuda já reafirmada da Escola de Jazz do Barreiro, realizar um espectáculo de qualidade, de acordo com os objectivos e a filosofia de programação cultural e lúdica do AMAC.
A colaboração da CMB será, mais uma vez, de enorme importância e alcance para o êxito do evento, cuja receita financeira poderá ser uma preciosa ajuda para o nosso equilíbrio orçamental.
Já efectuei alguns contactos preliminares com o Dr. Paulo Pereira e a Dra. Ana Rocha (AMAC) e tenho previsto para os próximos dias uma primeira reunião de trabalho.
Solicitamos a ajuda da CMB nos seguintes domínios:
- Auditório Municipal Augusto Cabrita
- Promoção e Divulgação: concepção gráfica e impressão de cartazes, impressão de foilers, disponibilização de formas e espaços tradicionais de informação e divulgação aos munícipes.
Creia que não nos temos poupado a esforços para manter de pé o projecto Barreirense Basket, um histórico do Desporto Português, e cuja importância social, educativa, cultural e desportiva desejamos continuar a servir e honrar.
Sem outro assunto de momento e com os melhores cumprimentos,
Paulo Calhau
Director da Secção de Basquetebol do FC Barreirense
Barreiro, 27 de Janeiro de 2006


No palco do AMAC, simples e discreto, destacava-se um belíssimo capaline, concebido graficamente pelo meu filho. Que nos dois anos de mandato, me apoiou… tanto e tão bem!

[Excerto do Capítulo II - Servir
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)

sábado, outubro 25, 2008

Alucinação


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"A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco"
Salvador Dali

Alucinação parcial.

Seis aparições de Lenine sobre um piano

"Picasso considerava Dali um "motor fora de borda, constantemente em movimento". Ele próprio se considerava um génio que tinha o direito de fazer todas as loucuras possíveis e impossíveis. Salvador Dali (1904-1989), pintor, escritor, artista, criador de objectos, escritor e cineasta, desencadeou, devido ao seu exibicionismo provocante e aos seus impulsos excêntricos, acesas controvérsias na opinião pública. Foi um dos primeiros a transpor as descobertas de Freud e da psicanálise para a pintura e explorou os diferentes níveis da consciência, com uma exactidão penosa, uma fantasia esfuziante e uma poderosa intuição excepcional."
[in Salvador Dali, de Robert Descharnes e Gilles Néret, Editora Taschen]

Naquela tarde de Verão, em Paris, No Centro Geoges Pompidou, quando entrei naquela galeria corri a ver “a alucinação”.
Fabulosa!
Não recordo o ano. Não interessa…
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sexta-feira, outubro 24, 2008

"Em Órbita" com Atlantis - Donovan 1968



1968.
Melhor composição e melhor álbum.
"Em Órbita" - Rádio Comercial.
Passaram 40 anos...

O prazer da descoberta



O tempo das nossas vidas esgota-se num fluir célere e vertiginoso no Metro-Boulot-Dodo [famoso slogan do Maio de 68]. Mas também no amor, no convívio, no deleite das artes, na reflexão.
A blogosfera é... Um lugar grandioso. Surpreendente. Que se aprende a descobrir. E a amar.
Hoje, acedi a mais um texto magnífico de Pedro Mexia no seu Estado Civil - blogue minimalista na estética, mas muito estimulante nos conteúdos.
E li isto:
bbbb
Fascinante fascismo
Jörg Haider, o carismático líder nacionalista austríaco, tinha um amante, um jornalista especializado em cosméticos (isto não se inventa). No dia em que morreu, parece que se tinha zangado com ele, e foi embebedar-se para um bar gay da Caríntia. Resultado: excesso de velocidade, condução perigosa e despiste fatal.
O amante foi então eleito sucessor de Haider no partido nacionalista, e não se lembrou de mais nada senão fazer o outing póstumo do político, a quem chamou «o homem da minha vida». Os «nacionalistas» lá da Áustria é que gostaram pouco da novela, e correrm com o senhor da presidência, uma semana depois de o terem eleito.
Não há nada de espantoso nesta história, nem sequer a «hipocrisia». Haider pertence a uma família política (e a uma tradição cultural) que sempre valorizou a força, a violência e a «vontade de poder». Não admira que quem faz política com essa bagagem acabe num culto exacerbado da «masculinidade» que naturalmente não pára à porta do quarto.
Susan Sontag, num famoso ensaio sobre o «fascinante fascismo», analisou com perspicácia as componentes homossexuais dos fascismos, sobretudo ligadas à parafernália bélica. Sabemos que alguns nazis famosos eram gays, caso de Ernst Röhm, líder das SA. E ninguém ignora o fascínio exercido pelos jovens soldados arianos em gente como Genet (um militante de esquerda) ou Tom of Finland.
Claro que os nazis perseguiram os homossexuais e que oficialmente os fascistas abominam a homossexualidade como «estilo de vida». Mas há um culto viril nas teorias fascistas que está a um passo da adoração do masculino. E adorar o masculino de modo assexuado parece difícil.
Agora que os tempos são mais abertos, aparece gente como Pim Fortuyn, assumidíssimo e promíscuo, e Haider, ambíguo e não muito cauteloso. Mas sempre conheci fascistas que convivem bem com a homossexualidade, desde que não se use essa palavra. Há uma personagem (ultraconservadora) de uma peça de Tony Kushner que explica: «I’m a heterosexual man who fucks around with guys».

Tão diferentes de nós


"É com orgulho que acrescentamos o nome de Barack Obama ao de Lincoln na lista de pessoas que apoiámos para Presidente dos Estados Unidos".
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(Chicago Tribune, 17-10-2008)


Desde a sua fundação, há já 161 anos, que o prestigiado jornal não anunciava o apoio a um candidato democrata à Casa Branca. Fê-lo na passada sexta-feira. E, de acordo com o Público de hoje, a sua tomada de posição é neste momento coincidente com a maioria dos principais jornais nacionais e estaduais norte-americanos.
Esta tradição de apoio ou endorsement é distinta da portuguesa.
Lembram-se de qualquer declaração ou recomendação de voto dos nossos principais diários ou semanários aquando das disputas presidenciais Mário Soares-Freitas do Amaral ou Jorge Sampaio-Cavaco Silva?

Não é essa a nossa cultura jornalística. Muitas vezes opinativa e tendenciosa quando devia ser factualmente isenta. Outras vezes pouco frontal e corajosa, quando se requeria sincero comprometimento em vez de pretensa neutralidade.
Estamos - e não a simplifiquemos perversamente - perante uma questão muito interessante e pertinente do jornalismo contemporâneo. Mesmo quando ele revela manifesta dificuldade em lutar contra o peso crescente da internet e da televisão.
Por cá, em Portugal, eu continuaria a ler a Sábado se numa próxima disputa presidencial aquele semanário viesse a apoiar - vamos supor - um candidato conservador. Sendo eu, como sou, um crónico eleitor da esquerda democrática e socialista.

Memória Barreirense (XII)



Parceiros

A sustentabilidade do basquetebol Barreirense, pelo menos na dimensão competitiva actual, implica uma busca incessante de apoios financeiros, cuja concretização se tem revelado, e continuará muito provavelmente a revelar, particularmente difícil. Com uma estrutura amadora nessa área e num contexto económico regional e nacional claramente recessivos, a Secção de Basquetebol procurou, com toda a abnegação e a eficácia possível, salvaguardar anteriores patrocínios (ex. Cofersan no escalão sénior, Prolar e outros, nos escalões de formação) e obter novas parcerias e outros patrocinadores de grande, média ou pequena dimensão.
Foi uma luta árdua, com vitórias e derrotas, algumas inesperadas e desalentadoras. Procurei, também aqui, dar um contributo positivo, reunindo com administradores ou altos responsáveis de diversas empresas, e sensibilizando empresários locais para o nosso projecto. Valorizámos todas as formas de apoio, agradecemos todos os contributos. A carta que a seguir se transcreve, datada de 7 de Novembro de 2005, ilustra a importância que atribuímos à adequada formalização de todo e qualquer pedido de parceria ou patrocínio:

Caros amigos Rosário e Miguel Amado [Empresa Projecto]:
A Secção de Basquetebol do Futebol Clube Barreirense solicita, a exemplo de anos recentes, a vossa colaboração financeira para o patrocínio da nossa modalidade.
Permanecemos fiéis ao nosso projecto de promoção do basquetebol na juventude Barreirense, alicerçado em elevados critérios de exigência, ambição, competência e desportivismo.
Certos de podermos continuar a contar com a vossa inexcedível compreensão para as nossas dificuldades, aguardamos oportuna resposta a este nosso pedido de patrocínio.
Sem outro assunto de momento e com os melhores cumprimentos,
Paulo Calhau
(Director da Secção de Basquetebol do FC Barreirense)

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Haja Saúde

Em Setembro de 1951 e com organização do FCB, iniciou-se no Barreiro um Torneio Popular de Basquetebol. O regulamento, publicado na edição de 6 de Setembro do Jornal do Barreiro – semanário que patrocinou a competição –, referia no seu ponto terceiro que “os inscritos serão submetidos a inspecção médica antes de iniciarem os treinos preparatórios para participarem no torneio”.
Considero muito impressiva e curiosa esta preocupação pela Saúde no Desporto revelada pelo FCB em tempos já tão distantes. A exigência de acompanhamento médico dos praticantes de basquetebol e das outras modalidades tem sido uma constante no FCB. Essa foi uma das preocupações que a Secção de Basquetebol que integrei no mandato directivo de 2004-2006 perseguiu com exigência e sentido de responsabilidade. Apesar dos constrangimentos orçamentais e das limitações estruturais do nosso posto clínico, houve uma indiscutível vontade de rigor nas inspecções médicas e no acompanhamento regular dos atletas com a presença permanente de fisioterapeuta nos jogos e nos treinos (!) de todas as equipas, do escalão de Cadetes (sub-16) aos seniores.
Em Portugal, como em tantos outros países, há ainda muito por fazer no âmbito da Medicina Desportiva. É uma área nem sempre devidamente valorizada pelos clubes, que para ela canalizam investimento muito limitado a nível de recursos humanos e materiais qualificados. Foi o que pretendi alertar com o texto que publiquei em 2006, no nº 1 do Ano II da Barreirense Basket:

Morte súbita: reflectir e agir
No final da época de 2003, o avançado senegalês Khalilou Fadiga, transferiu-se do Auxerre para o Inter de Milão, camisola que não chegou a envergar, na sequência do veredicto da equipa médica lombarda: “Inapto”. Uma arritmia importante, incompatível com a prática competitiva, inviabilizou a carreira desportiva do promissor atleta.
Já em 1996, a equipa médica do Inter de Milão diagnosticara uma insuficiência valvular aórtica ao atacante nigeriano Kanu que, após cirurgia correctiva, pôde prosseguir a actividade de alta competição.
São dois exemplos, da qualidade dos serviços clínicos de um prestigiado clube, onde o rigor das avaliações médicas efectuadas aos seus atletas deverá ser motivo de reflexão. A Itália é, neste particular, um dos países mais avançados em termos de legislação e aplicação dos seus regulamentos. Desde 1971 que a Lei de Protecção Médica das Actividades Atléticas impõe a realização de um conjunto de exames preventivos com vista à obtenção da declaração de aptidão para a prática desportiva. Reafirmada em 1982, a legislação italiana impõe um electrocardiograma de esforço anual e um ecocardiograma em todos os casos de suspeita de doença cardiovascular.
As mortes do camaronês Marc-Vivien Foé, do húngaro Miklos Fehér, do português Paulo Pinto e, mais recentemente, do poste americano dos Atlanta Hawks Jason Collier, foram ocorrências dramáticas que, como é habitual nestas situações, motivaram manchetes de jornais e revistas, notícias de abertura em telejornais, mas que, infelizmente, não parecem ter merecido das entidades competentes, uma leitura e reflexão suficientemente séria e credível. No início de 2005, a morte súbita de quatro jovens suecos, de idade compreendida entre os 8 e os 15 anos, espoletou uma série de recomendações das entidades desportivas daquele avançado e próspero país nórdico. Essas normas vão de encontro à rigorosa e exigente prática italiana e às recentes recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia.
O prestigiado jornal francês Le Monde e outras publicações generalistas ou científicas vêm divulgando e debatendo com seriedade, rigor e bom-senso esta importante problemática. Mas muito há ainda a fazer.
Prometemos voltar a este tema.

No início desse ano, a 19 de Fevereiro, aquando da Final Four regional de Sub-16, disputada no Pavilhão do Seixal FC, o atleta João Guerreiro caiu desamparado e fracturou o antebraço esquerdo, quase a findar o primeiro período de jogo. Procedi à imobilização do membro com algum material improvisado. Contactei de imediato o Serviço de Urgência Pediátrica e a Urgência de Traumatologia do Hospital Garcia de Orta, avisando da ocorrência e da necessidade de o atleta aí ser assistido. Chegados ao Hospital e cumpridas as necessárias formalidades burocráticas, o João Guerreiro efectuou o indispensável estudo imagiológico e a colocação de uma tala gessada, a cargo do Ortopedista Mário Tapadinhas, meu particular amigo, e que curiosamente estava ligado à modalidade, uma vez que o seu filho era então minibasquetebolista do Montijo Basket. A rapidez dos procedimentos permitiu ao João Guerreiro regressar ao Pavilhão pouco tempo depois da entrega do troféu de Campeão Regional, mais uma vez conquistado pelo FCB. O que lhe facultou o festejo, com os companheiros, do seu primeiro título ao serviço do clube. Fiquei muito feliz por ter contribuído para aquele momento. Tal como os seus pais, que estiveram sempre próximo de mim, e que souberam reconhecer o meu empenhamento pessoal, que noutro contexto teria certamente inviabilizado a participação do João Guerreiro no momento da consagração da vitória recém-conquistada.
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Pais e Educadores

Apesar de muito debatida na Secção de Basquetebol ao longo da temporada 2004/2005, a necessária e justificada contribuição financeira dos pais dos atletas das nossas equipas de formação, não foi devidamente implementada nessa época. Na segunda temporada de mandato directivo, entendemos estarem criadas novas condições para mobilizar todos os pais nesse sentido. Porque: julgávamos ter demonstrado seriedade, competência e transparência no primeiro ano de gestão; tínhamos então toda a avaliação pormenorizada dos custos da Secção, nomeadamente no que respeitava a cada uma das equipas; podíamos demonstrar com rigor que essa era, numa dimensão muito mais onerosa para os pais, a realidade num número cada vez maior de clubes. O que podíamos prometer em contrapartida? A prossecução de padrões elevados de formação desportiva; a promoção de importantes valores pedagógicos e educacionais; o acompanhamento médico regular e eficiente a todos os praticantes.
Disponibilizei-me para organizar e concretizar essas reuniões de pais. Foi um trabalho interessantíssimo, com retorno positivo para todos os intervenientes. Mas, como quase sempre acontece, um percurso incompleto e inacabado. A acta que a seguir se publica é demonstrativa do que acabo de transmitir, um exemplo do que ocorreu com todos os escalões do basquetebol de formação do FCB:

Às 21h30 de 29 de Outubro de 2005 realizou-se, no Ginásio-Sede uma reunião convocada pela Secção de Basquetebol do FCB, com pais (ou seus representantes) dos atletas da equipa de Cadetes A.
Estiveram presentes:
Secção de Basquetebol: Paulo Calhau e Carlos Varandas. Pais/representantes dos seguintes atletas: Alexandre Coelho, Filipe Pinheiro, Filipe Sousa, Francisco Pires, João Duarte, João Miguel, Ruben Dias, Tiago Raimundo.
Em nome da Secção de Basquetebol, o Director Paulo Calhau enunciou os objectivos principais da reunião:
- apresentação sumária do projecto da modalidade no clube
- divulgação das dificuldades financeiras e logísticas da Secção
- pedido de colaboração activa dos pais
O Director Paulo Calhau:
- lamentou a convocação tardia da reunião, mas salientou a importância da sua realização e a necessidade da sua periodicidade (trimestral).
- destacou os custos de funcionamento da Secção, as dificuldades logísticas que se perspectivam no curto prazo (nomeadamente no que se refere ao transporte de atletas para os jogos a realizar fora do Ginásio-Sede).
- assinalou a ambição (formativa e desportiva) da Secção e a exigente atenção prestada ao acompanhamento médico e educativo dos atletas.
Do diálogo posteriormente estabelecido resultaram algumas propostas dos Pais, a saber:
- redução dos custos com a organização dos jogos da formação
- melhor difusão da revista Barreirense Basket
- implementação de Centro de Explicações no Ginásio-Sede
Foram aprovados os seguintes aspectos:
- pagamento de uma anuidade por todos os atletas (valor mínimo de setenta e cinco euros)
- colaboração dos pais para o transporte de atletas
- entrega pela Secção de um bilhete/jogo/atleta, para as partidas da equipa sénior a realizar no Pavilhão Luís de Carvalho.
Barreiro, 1 de Novembro de 2005
Paulo Calhau
(Director da Secção de Basquetebol do FC Barreirense)


O papel desempenhado pelos pais e outros encarregados de educação tem sido fundamental para a dinâmica e o sucesso do basquetebol no FCB. Conheço melhor a realidade nesta modalidade, mas julgo que as principais linhas de força são semelhantes às existentes no futebol.
A sua presença nos treinos e nos jogos é estimulante para os jovens. Fornece-lhes protecção e segurança, estímulo e confiança. Os pais podem também desempenhar outras importantes tarefas no seio dos grupos de trabalho, em áreas tão diversas como o seccionismo, estatística, audiovisual, comunicação. Prestam precioso auxílio nos transportes e nas deslocações para concentrações, jogos e torneios. Colaboram na aquisição de patrocínios e parcerias, fundamentais para a sustentabilidade financeira das equipas.
São por vezes antigos atletas, dirigentes (ou ex-dirigentes) treinadores (ou ex-treinadores), árbitros (ou ex-árbitros). O que lhes confere um outro conhecimento dos fundamentos, potencialidades e peculiaridades da modalidade. E lhes acrescenta responsabilidade na forma de estar e de agir. Nem sempre assumida de forma pedagógica e socialmente equilibrada e sensata. Como pretendi assinalar em Agosto de 2006, num texto publicado no Fórum BasketPT:

Gigantes del Basket, excelente revista dirigida por Paço Torres, revela-nos semanalmente a verdadeira dimensão, o elevado nível de exigência e a enorme dinâmica do basquetebol espanhol. Na edição de 1 a 7 de Agosto de 2006 (Nº 1083), Javier Imbroda, responsável técnico pela Selecção Nacional de Espanha de Sub-20, que teve uma decepcionante participação no Europeu disputado de 14 a 23 de Julho em Izmir (Turquia), abordou essa prestação, em entrevista a Quique Peinado.
A propósito dos graves problemas disciplinares ocorridos com José Angel Antelo e Alberto Aspe e que culminaram na sua exclusão da equipa nacional, Javier Imbroda referiu nomeadamente que “para jugar al basket hay que tener cualidades técnicas y físicas. Para pertenecer a un equipo, además, hay que tener calidad humana. (…) Sus faltas de actitud han sido gravísimas.”
E, mais adiante “Esos jugadores tienen que reflexionar, incluso otros dentro del equipo que seguían un poco su estela, aunque sin llegar tan lejos, también. Lo tienen que tener claro ellos y sus familias, que a veces no son conscientes do lo que hacen sus hijos y no solo consienten, sino que incluso protegen, estas actitudes diciendo que la decisión de apartar a estos chicos del equipo era injusta o inmerecida. En esos casos, no forman a sus hijos, sino que los deforman (…)”.
Estas últimas palavras de Javier Imbroda, experiente e respeitadíssimo treinador espanhol, remetem-nos para uma questão que é, em nossa opinião, crucial no projecto educacional (desportivo e cívico) do Barreirense Basket: o papel dos encarregados de educação dos nossos praticantes.

Quando escrevi este texto num Fórum visitado e participado por algumas centenas de cibernautas – nem sempre pelas melhores razões e com os propósitos mais recomendáveis – tive como objectivo levantar uma questão que considero muito pertinente. Procurei despertar algumas respostas, inspirar contributos para uma reflexão necessária. Nem um único post foi publicado. Registei e lamentei…

[Excerto do Capítulo II - Servir
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)

quinta-feira, outubro 23, 2008

Cooperar é...


“A cooperação é a convicção plena
de que ninguém pode chegar à meta
se não chegarem todos”
vvvv
Virginia Burden

Um dia especial



No próximo dia 6 de Novembro o Núcleo de Spina Bífida (NSB) do Hospital Garcia de Orta (HGO) celebra o seu décimo aniversário.
Em 1998, escrevemos no manifesto de apresentação:
“Até há 2-3 décadas atrás, cerca de 90% das crianças nascidas com spina bífida morriam precocemente. Os progressos terapêuticos entretanto verificados contribuiram para a melhoria significativa da mortalidade e morbilidade. Presentemente, mais de 90% destas crianças sobrevivem, crescem e desenvolvem-se, com graus de incapacidade motora muito diversa, mas com uma capacidade intelectual quase sempre normal e uma esperança de vida sobreponivel à da generalidade da população...

A criança com spina bífida necessita de um acompanhamento regular, pluridisciplinar e integrado. A permanente solicitação de um conjunto alargado de recursos materiais e humanos, determina que a sua utilização deva ser preferencialmente concretizada de forma racional, potenciando a eficácia das acções terapêuticas e minimizando os seus elevados custos financeiros.
A criação do NSB HGO, pretende responder com modernidade, competência, eficácia e humanização, aos múltiplos problemas e desafios decorrentes daquela patologia”.

Sábado, 25 de Outubro, o NSB do HGO realiza o 3º Encontro de Pais e Crianças com Spina Bífida.
Este evento vai decorrer no Concelho do Seixal, graças à valorosa colaboração do município local, que para o efeito disponibilizou instalações desportivas e transportes adaptados a deficientes motores.

O Desporto será o tema geral, com demonstrações ao longo da manhã, no Pavilhão Desportivo Escolar Manuel Cargaleiro, de boccia, râguebi e basquetebol em cadeira de rodas e de jogos lúdicos. Depois do almoço será tempo para debate, no auditório do Pavilhão Municipal da Torre da Marinha. Serei moderador de um conjunto de comunicações que se aguardam com muito interesse. O Eng. Joaquim Santos (vereador do Desporto, Infra-Estruturas Municipais e Acessibilidades da Câmara Municipal do Seixal) abordará a realidade local da prática desportiva por portadores de deficiência motora e/ou intelectual; a Dra. Rosa Esquina (Pedopsiquiatra do HGO) desenvolverá o tema Desporto e Saúde Mental; o Prof. José Pavoeiro (Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes) falará da realidade portuguesa de desporto para deficientes e da sua recente presença nos Jogos Paralímpicos de Pequim; os jovens Luís Veloza e Alexandre Aranda, afectados por spina bífida, abordarão as suas experiências desportivas enquanto praticantes respectivamente de basquetebol em cadeira de rodas e de vela.

A menos de 48 horas, tudo parece preparado.
Esperemos que a disponibilidade e o empenho demonstrados por um conjunto alargado de cidadãos e de entidades tenham como corolário um dia muito especial de convívio e de partilha.

Assim o desejamos.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Suprema felicidade


"A suprema felicidade da vida
é ter a convicção de que somos amados"


Desenho
(Polvo com as iniciais V.H., 1866)
e citação de Victor Hugo
(1802-1885)

Memória Barreirense (XI)



Chegar a todos

Na temporada de 2005/2006 procurei – com manifesto sucesso em algumas ocasiões – uma organização mais cuidada dos jogos disputados no Pavilhão Luís de Carvalho, através da realização de acções de entretenimento, complementares à disputa basquetebolística. Foi assim possível assistir, nos intervalos regulamentares, a agradáveis demonstrações de ténis de mesa, danças de salão, torneios de lançamentos por jovens da formação, jogos entre os minibasquetebolistas, etc.
No sentido de dinamizar a presença de mais público nos desafios disputados no Barreiro, enviei regularmente por correio electrónico uma newsletter de divulgação dos jogos da equipa sénior. Apelei à presença de um número crescente de adeptos e ao apoio mais caloroso aos nossos atletas. Transcrevo na íntegra um desses textos, enviado a larguíssimas dezenas de Barreirenses.

Do frio Islandês para o calor Barreirense
Caro(a) Amigo(a):
Domingo, 11 de Dezembro, pelas 18 horas, o Barreirense recebe o CAB Madeira, em partida relativa à 9ª jornada da fase regular da Liga TMN de Basquetebol, edição 2005/2006.
O CAB Madeira deu na passada quinta-feira, e todos nos congratulamos por essa vitória, um passo de gigante para garantir a passagem aos quartos de final da FIBA EuroCup Challenge, após derrotar o Keflvik por 87-108. Regressada do frio da bucólica e bela Islândia, a forte equipa madeirense prepara-se para enfrentar o calor, a vibração e o desportivismo da enorme massa adepta Barreirense, que deverá comparecer em grande número no Pavilhão Luís de Carvalho para apoiar e incentivar a sua jovem equipa.
A vitória do Barreirense será decisiva para as suas aspirações competitivas.
Contamos com a sua presença. Traga um amigo!
Toda a Esperança é legítima. Força Barreirense!
Paulo Calhau
(Director da Secção de Basquetebol do FC Barreirense)
PS: reenvie esta mensagem a todos os que julgue solidários e empenhados na nossa luta e ambição de ter um Barreirense Basket cada vez mais forte.

Mas a divulgação da participação da nossa equipa sénior na Liga TMN, estendia-se igualmente aos jogos a realizar fora do Barreiro, como se documenta no seguinte texto, publicado a 18 de Janeiro de 2005:

Do lado de cá do Atlântico … olhando para Angra do Heroísmo
Sábado, 21 de Janeiro, pelas 21 horas locais (22 horas no continente) a jovem equipa sénior de basquetebol do FC Barreirense defronta a Lusitânia Angra Património Mundial, no Pavilhão Municipal de Angra do Heroísmo, em partida relativa à 14ª jornada da Liga TMN, edição 2005/2006.
A comitiva Barreirense, que parte do Aeroporto da Portela pelas 8 horas, rumo à Ilha Terceira, apresta-se para disputar um jogo de capital importância, uma vez que em caso de vitória por mais de quatro pontos, ultrapassará a equipa adversária na tabela classificativa, rectificando a derrota caseira da primeira volta (78-82, em 29 de Outubro de 2005) e colocando-se em posição de apuramento para o playoff de atribuição do título nacional.
O FC Barreirense tem revelado esta época uma clara melhoria da capacidade defensiva, ocupando actualmente o 5º lugar no ranking de pontos sofridos (76.0 pontos/jogo, apenas mais 2.4 pontos/jogo que a Ovarense, líder desse item e também da classificação geral). Se a produção ofensiva da equipa manifestar melhores índices de eficácia, nomeadamente através da subida de produção de alguns dos seus atletas com superior potencial de lançamento, poderemos aspirar de forma mais concreta, à obtenção de um lugar nos oito primeiros da fase regular, que se concluirá em 8 de Abril.
Os orçamentos não fazem equipas campeãs. O Trabalho, a Coesão, a Disciplina e a Ambição, são as nossas armas.
Amanhã, serão certamente poucos os adeptos do Barreirense Basket presentes in loco para apoiar a equipa do seu coração, mas muitos os que através de
www.lcb.pt poderão acompanhar as incidências do Lusitânia-Barreirense.
A crónica do jogo será oportunamente publicada, como vem sendo habitual, no site oficial do Barreirense Basket,
www.fcbarreirense.pt.
Toda a Esperança é legítima. Força Barreirense!
Paulo Calhau
(Director da Secção de Basquetebol do FC Barreirense)


Quase jornalista

Para além da responsabilidade de direcção do site e da Barreirense Basket percebi a certo momento que era obrigatório alargar a nossa rede de influência comunicacional. José Seixo, que durante vários anos colaborou na página de basquetebol do Jornal do Barreiro – onde teve apreciável desempenho na divulgação da modalidade –, abandonara essa actividade em 2004. Era importante que o basquetebol Barreirense continuasse a ser divulgado. Para além do envio de textos de difusão das actividades do basquetebol do FCB para Rostos online e para a rádio Popular FM, passei a enviar semanalmente para o Jornal do Barreiro, a minha apreciação dos jogos da equipa sénior. Constituiu uma experiência interessante que, nos moldes em que foi realizada, não me pareceu susceptível de melindre na esfera ética, ou de incompatibilidade com a minha responsabilidade directiva no clube.
O texto seguinte, de que se reproduz um excerto alargado do original, publicado no Jornal do Barreiro de 3 de Fevereiro de 2006, é o exemplo dos vários que produzi, e foi relativo a uma tarde com espectáculo, emoção e… neve.

Exibição esplendorosa em tarde de neve
A derrota na passada semana em Angra do Heroísmo, ingrata e cruel, depois de uma superioridade pontual permanente até à entrada para o último minuto de jogo, não afectou a jovem equipa Barreirense que se apresentou para este importante clássico do basquetebol português, com muita concentração, determinação e confiança.
Mantendo uma boa prestação defensiva, já revelada na maior parte dos jogos até agora disputados nesta edição da Liga TMN, o Barreirense foi, finalmente, mais consequente e eficaz nas manobras atacantes, com uma prestação individual e colectiva dos seus atletas mais consentânea com a sua real qualidade.
Começando muito bem a partida, o Barreirense distanciou-se rapidamente no marcador, realizando um primeiro período de grande fulgor, com boas percentagens de lançamento de campo (53%) e de lance livre (78%), eficácia plena no contra-ataque e, destaque-se pela excelência, um valor nulo de perdas de bola. O segundo período confirmou o acerto da equipa local, perante um Benfica algo atordoado, permissivo na defesa e incapaz de ultrapassar as dificuldades criadas pela boa atitude e estratégia defensiva do adversário. Partindo para o intervalo com uma vantagem de 19 pontos, o Barreirense ganhou confiança, acreditou na vitória, evidenciou enorme espírito colectivo e talento de algumas das suas individualidades, que aqui e ali abrilhantaram o espectáculo com momentos de invulgar beleza, magia e sedução. Com 24 de pontos de vantagem no final do terceiro período, o Barreirense revelou até final muita tranquilidade, concentração e maturidade, apesar da manifesta e singular juventude do seu plantel, conseguindo manter sempre o Benfica a uma confortável distância pontual, traduzida no final num inesperado mas justíssimo diferencial de 17 pontos.
O Barreirense repetiu a vitória que alcançara na primeira volta e que determinara então a substituição técnica na formação lisboeta, com a saída de Norberto Alves e a contratação de Carlos Lisboa. Tendo finalmente um número alargado de atletas em elevado nível de rendimento, o Barreirense mostrou claramente que pode disputar a vitória em qualquer palco e perante qualquer adversário.
A transmissão televisiva (a primeira com a participação do Barreirense em 15 jornadas!) revelou ao país que o projecto do Barreirense Basket, alicerçado num trabalho de formação de boa qualidade (7 dos 11 atletas presentes são oriundos dos escalões de formação), é porventura, num contexto de crise económica como a actual, um dos mais capazes de se consolidar e afirmar em Portugal.
Ficha de Jogo: Pavilhão Municipal Luís de Carvalho, 29 de Janeiro de 2006.
Barreirense: Luís Machado (7), Kantrail Horton (17), Jakim Donaldson (17), Slimene Radhouene (27), João Betinho Gomes (15), Miguel Graça (4), António Pires (4), Ângelo Brito (0), David Gomes (3), João Santos (5), Ricardo Gomes (0). Treinador: Mário Gomes.
Benfica: Curtis McCants (8), Ricardo Powell (19), Terrence Leather (11), Mekeli Wesley (14), Rui Mota (7), António Tavares (7), David Lucas (16), Miguel Leite (0), Tiago Freixo (nj), Nuno Sousa (nj), Bá Mustafa (nj), Marco Gonçalves (0). Treinador: Carlos Lisboa.
Árbitros: Luís Lopes, Carlos Santos e Pedro Costa.
Evolução do resultado: 1º Período: 25-13; 2º Período: 24-17 (1ª Parte: 49-30); 3º Período: 26-21; 4º Período: 24-31 (2ª Parte: 50-52); Resultado Final: 99-82.
MVP: Slimene Radhouene. (…)
Em declarações à Comunicação Social, o técnico benfiquista destacou a justiça da vitória da equipa local que, em sua opinião, revelou mais querer e atitude ao longo de toda a partida. Carlos Lisboa lamentou a prestação defensiva da sua equipa, mas reafirmou optimismo em relação ao futuro e concluiu que “perder não é bom, mas é com as derrotas que se aprende”. Mário Gomes, técnico vencedor, realçou que para além da qualidade defensiva da equipa, já evidenciada ao longo deste campeonato, o ataque foi finalmente mais fluido, com a contribuição de um maior número de atletas no potencial ofensivo e concretizador da sua equipa. Mário Gomes lamentou a lesão de Ângelo Brito e enalteceu a atitude do internacional tunisino Slimene Radhouene, que apesar dos graves problemas familiares que o perseguem, demonstrou mais uma vez ser um atleta de elevada craveira técnica e disponibilidade para o colectivo. O técnico Barreirense congratulou-se pela homenagem prestada a Mike Plowden, atleta que orientou vários anos no Benfica, enquanto membro da equipa técnica então dirigida por Mário Palma. (…)
Na 16ª jornada da Liga TMN, o Barreirense desloca-se a Aveiro onde, pelas 16 horas do dia 11 de Fevereiro, defrontará o Aveiro Basket, em mais uma partida cuja vitória é o único resultado que permitirá manter a equipa ‘alvi-rubra’ na luta por um lugar no playoff de atribuição do título nacional. A Secção de Basquetebol está desde já a preparar as condições para que uma grande massa de adeptos possa acompanhar a nossa equipa à Cidade do Vouga.


[Excerto do Capítulo II - Servir
Livro PROVA DeVIDA - Estórias e memórias do meu Barreirense]
(continua)